Que o verbo do seu natal seja “conviver”

23 de dezembro de 2022

Existem coisas na vida que a gente custa a aprender

Parece que a gente não quer ver ou até reconhecer que na vida

A única coisa que a gente sabe é que precisa aprender

 

Eu aprendo enquanto vivo e eu sempre vivo aprendendo

Quem sabe a convivência seja o nosso maior aprendizado

Conviver é “viver com”, é repartir, compartilhar, olhar, sentir, perceber e acima de tudo ser

Pois conviver elimina o parecer, para conviver é preciso ser

 

Eu acho que o medo de conviver é possivelmente o medo de ser

Porque para ser é preciso deixar os filtros, as máscaras, mais do que aparentar,

O conviver nos chama a estar.

Estar por inteiro. Por completo.

E ainda assim ser aceito.

 

Só quem ousou ser inteiro é que conhece a dor da rejeição.

Quando nos doamos e a resposta é “não”

Nem sempre o “não” é um impeditivo para a convivência.

Pois no jogo da vida nem toda a regra é válida.

“não” a violência. “não” ao abuso. “não” ao preconceito. “não” à vida de qualquer jeito.

 

Na vida que aprender é o único saber.

Aprendemos que a maior história que poderíamos contar

É de um Deus que na terra resolveu habitar.

 

O que esperar da visita de alguém tão poderoso?

Será que nasceu em um palácio suntuoso?

Como será que se vestiria ou com quem andaria aquele que como Rei se acendia?

 

Pasmem, o Rei que nos visita, nasceu numa estrebaria, sem riquezas nem beleza,

Sua grandeza estava em sua humildade que nos ensinou a conviver com total equidade.

O maior se tornou o menor, o poderoso se tornou servo.

Lavou os pés, curou enfermos, doou tempo e entregou a sua própria vida.

 

É por isso que nesse natal, devemos voltar a conviver.

Voltar a estar. Voltar a ser.

Seja feliz. Seja amigo. Seja fiel. Seja leal. Sobretudo, seja você.

Não qualquer “você”. Seja a sua melhor versão.

É por isso que nesse natal, devemos voltar a conviver.

Seja mais humano, seja mais empático, seja mais verdadeiro,

Busque uma vida sem rodeio.

Que a única medida do seu amor, seja amar sem medida.

Pois a dor da partida, só encontra guarida por meio de uma vida bem vivida.

 

Quem sabe será preciso perdoar quem nos feriu, estender a mão, recomeçar e até ousar amar quem decidiu se ausentar.

Faça o bem, esteja perto, ainda que você não tenha recompensa alguma,

Porque aprendemos com a vida que não há maior valor

Do que ter a nossa ausência sentida, ouvir uma voz amiga dizendo

Que a nossa presença é percebida.

 

Que o verbo do seu natal seja o “conviver”. Pois o aniversariante preferiu estar ao invés de ter.